Ginkgo Biloba: árvore «imortal»

Como sucedeu com diversas espécies da fauna e da flora, as Ginkgo bilobas foram dizimadas no fim da era secundária. Na era seguinte, provavelmente devido a variações climatéricas, estavam quase totalmente extintas. Esta árvore, que se tinha expandido um pouco por todo o hemisfério norte, a partir do quartenário apenas se encontra a leste da China.
A origem da ginkgo biloba remonta, pois, a mais de 180 milhões de anos. E as árvores mais antigas ocupam solo chinês, onde chegam a atingir mais de 30 metros de altura e 20 metros de perímetro e algumas têm aproximadamente 3000 anos. Durante séculos, na China, a árvore parece ter sido objecto de veneração. Esta planta considerada sagrada é pois encontrada junto a mosteiros, lugares de culto, templos e cemitérios. E para algumas autoridades da China antiga as suas folhas serviam também como moeda de troca. Os seus frutos eram usados com o objectivo de prolongar a longevidade, combater problemas respiratórios e auditivos e, até mesmo, para melhorar as performances sexuais.
Como se põe de lado a hipótese da árvore surgir espontaneamente, todos os descendentes da ginkgo foram certamente plantados pelo homem. Por isso, já há milhares de anos, quando a árvore esteve ameaçada de extinção, o homem soube reconhecer a seu efeito ornamental e as suas propriedades medicinais.
Outro facto curioso é que um ano após a bomba de Hiroxima (1945), no meio de escombros, do tronco calcinado de uma ginkgo biloba brotaram novas folhas. Esta árvore ?imortal? renasceu no meio de um ambiente hostil em que dominava a ausência de vida. Actualmente é uma árvore robusta.
Os investigadores de botânica continuam a não saber explicar porque é que a ginkgo biloba sobrevive com características tão semelhantes há milhares de anos. Talvez isso possa estar relacionado com a sua grande resistência, na tradição popular considerada quase mágica. É uma árvore bastante resistente ao frio (suporta até -20°C) e a altas temperaturas. Pode, actualmente, encontrar-se tanto na zona mediterrânica como na Dinamarca, ou até na América do Norte. Outro factor igualmente importante é a longevidade da sua maturação sexual, compreendida entre o 20° e o 1000° ano de vida, o que faz com que esteja protegida de mudanças genéticas e garante, assim, a estabilidade da espécie. A Ginkgo biloba também tolera bem a poluição atmosférica, as pragas de insectos e os vírus. É por tudo isto que há quem as considere fósseis vivos, uma vez que se encontram folhas fósseis de árvores antepassadas sensivelmente iguais às que apresentam actualmente.
No Outono a presença desta árvore impõe-se, uma vez que a folhagem verde clara se torna num amarelo brilhante. As suas folhas têm a forma de um leque, dividido em dois lóbulos por uma incisão crescente, daí a sua designação de biloba. Ao contrário da maioria das espécies vegetais, o ginkgo não floresce. No entanto, através do porte da ramagem, tipo de ramificações e aspecto dos rebentos; é possível distinguir árvores masculinas e femininas (árvore de espécie dióica). É também no Outono que é mais fácil distinguir o sexo de um pé, pois se a árvore feminina tiver mais de 40 anos cobre-se de frutos, semelhantes aos abrunhos, enquanto que um pé masculino nunca frutifica.

Actualmente são vários os produtos de cosmética e os remédios naturais com extractos desta árvore. Têm propriedades antioxidantes, actuando ao nível dos radicais livres responsáveis pelo envelhecimento das células e pelas doenças degenerativas.
O Ginkgo demonstrou alguma eficácia no tratamento dos primeiros sintomas da doença de Alzheimer. Os antioxidantes reduzem ainda os riscos de vir a sofrer de cancro ou problemas cardiovasculares.
O extracto de ginkgo biloba contém ainda terpenos e polifenóis, principalmente flavenóides, que são benéficos ao nível do sistema circulatório. Tem uma acção vasodilatadora das artérias e fortalece a estrutura das veias, dos vasos e dos capilares.

Em vários estudos esta planta tem sido testada no tratamento da senilidade e da sintomatologia da arteroesclorose, uma vez que ao melhorar o transporte de oxigénio ao cérebro facilita a oxigenação dos tecidos cerebrais. Cientistas alemães descobriram que o tratamento com extractos de Ginkgo biloba se revelava eficaz e melhorava significativamente a circulação sanguínea até às extremidades, o que tornava possível a pacientes com arteroesclerose andar mais e com menos dificuldade. O Ginkgo tem ainda uma acção sobre o metabolismo celular com melhoria da captação de glicose e da síntese do ATP (trifosfato de adenosina).
O Ginkgo tem sido também aplicado com algum sucesso no tratamento de enxaquecas, cefaleias, tonturas, vertigens e zunidos nos ouvidos. Pode também trazer vantagens no que diz respeito às capacidades de memória e de aprendizagem.

Referências:

Folheto informativo dos produtos Natiris - http://www.natiris.pt
http://enetural.shopping.sapo.pt/shop/SearchResults.asp?ProdStock=5079

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Inserido em: 2003-10-25 Última actualização: 1999-11-29

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