Rio de Janeiro testa Biodiesel

O biodiesel, combustível produzido a partir de óleo vegetal e menos agressivo ao meio ambiente, será testado pela primeira vez, no mês que vem, nas ruas do Rio de Janeiro, em camiões do município. O produto, que reduz em 90% as emissões de gases do efeito de estufa e em 98% as de enxofre, que são prejudiciais à saúde, está a ser obtido a partir do óleo usado nas frituras da cadeia de restaurantes McDonald’s. A franquia, firmada há um ano, estabeleceu uma parceria daquela com a Coordenadora de Programas de Pós-Graduação em Engenharia (COPPE) da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Desde então a McDonald’s fornece 25 mil litros de óleo mensalmente. A fase de testes químicos foi concluída com êxito e agora o Biodiesel vai ser usado experimentalmente por dois camiões da Companhia Municipal de Limpeza Urbana (COMLURB).

Segundo Luciano Basto, coordenador do projecto da COPPE, além de emitir menos gases agressivos ao meio ambiente, o bio-combustível tem também metade das partículas emitidas pela queima de combustíveis fósseis. "A principal vantagem é que não requer alteração dos veículos. O cliente nunca vai ficar refém do combustível, porque poderá misturar biodiesel com diesel em qualquer proporção", acrescentou o investigador. Disse igualmente que o biodiesel produzido pela COPPE atende a todas as normas mais rígidas em vigor na Europa e nos Estados Unidos: "Teríamos condições técnicas para colocá-lo no mercado europeu". Destacou também que, com o biodiesel, o Brasil vai reduzir as importações do petróleo.

O Brasil consome anualmente 40 biliões de litros de óleo diesel, importa 4 biliões já refinado e refina mais 8 milhões, informou Luciano Basto. O governo do Rio de Janeiro quer incentivar a produção de biodiesel a partir de óleo vegetal. O secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação, Fernando Peregrino, disse que 12 municípios do interior desta cidade vão cultivar mamona para extrair o óleo vegetal. Segundo ele, será destinada uma área total de 12 milhões de hectares. O que for obtido será utilizado em carros das prefeituras.

A primeira cidade comprometida com o programa é Paraíba do Sul. Toda a região é própria para esse plantio, disse Peregrino. O secretário disse ainda que o governo está a preparar uma petição para solicitar a homologação do biodiesel na Agência Nacional do Petróleo (ANP). Para ser aprovado, é necessário que seja testado com sucesso em 50 veículos, que precisam de uma rodagem de 160 mil quilómetros. "O Rio está dando um exemplo para todo o Brasil. Estado e municípios estão mobilizados. Esse programa já deveria ter sido implantado há muito tempo, só tem vantagens", defendeu o secretário. O óleo que dá origem ao biodiesel pode ser extraído, além da mamona, a partir do milho, da soja, do dendê (uma espécie de coco colhido a partir das palmeiras tropicais originárias da África, também implantadas no Brasil), do algodão, do girassol, do babaçu (semente oleaginosa que provém de uma outra espécie de palmeira no Brasil), buriti (outra palmeira brasileira) e castanha-do-pará (castanha típica brasileira), entre outros.

Referências:

(Agência Estado, Brasil)

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Inserido em: 2004-03-13 Última actualização: 1999-11-29

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