Alimentação vegana e gravidez

Em certas alturas da vida as necessidades de vários nutrientes são maiores, como é o caso de gravidez. Os riscos que corre a saúde da grávida vegetariana e a do bebé são semelhantes, ou menores, aos que ocorrem com uma alimentação que inclua carne.
Durante a gravidez a alimentação vegetariana proporciona algumas vantagens, como, por exemplo, um menor risco de hipertensão e de obesidade. Estas doenças são prevenidas com um elevado consumo de grãos integrais, fruta e legumes e com um baixo consumo de gorduras, nomeadamente saturadas.

Com alguns conhecimentos e bom senso é possível obter todos os nutrientes necessários ao bebé e manter-se saudável.

A grávida ovo-lacto-vegetariana não corre maiores riscos de deficiências nutricionais do que a mulher omnívora. Ao planear a alimentação, tem de se ter atenção a nutrientes como o ferro, zinco e proteínas. Em comparação com a mulher grávida omnívora, a ovo-lacto-vegetariana tem menos problemas em satisfazer as necessidades de ácido fólico e de cálcio, dada a elevada ingestão de legumes verdes e de lacticínios.
Uma das vantagens da dieta vegetariana na gravidez é que a digestão dos alimentos é melhor e mais rápida. Por consequência, o funcionamento dos rins também sofre menos, pois a carne vermelha contida na dieta omnívora liberta toxinas.
Se forem ingeridas quantidades muito reduzidas de leite e derivados, as ovo-lacto-vegetarianas devem seguir as orientações dadas às grávidas veganas.

A grávida vegana terá de planear mais cuidadosamente a sua alimentação, de modo a obter todos os nutrientes de que precisa. Como não ingere lacticínios, vegan tem de prestar muita atenção aos nutrientes fornecidos por estes alimentos, como o cálcio e as vitaminas D e B12, para além das proteínas. Tal como a ovo-lacto-vegetariana, terá também de prestar atenção ao ferro e ao zinco.

Estudos feitos em grávidas veganas, com dietas muito restritivas, a todos os níveis, associam a desnutrição geral dessas mulheres ao nascimento de bebés com baixo peso. No entanto, com uma dieta vegana correctamente planeada, o peso dos bebés de mães que não ingerem produtos animais não difere muito dos valores normais para mulheres com alimentação omnívora. As diferenças também não são marcantes no que respeita a anormalidades congénitas ou outras complicações.

Vários estudos realizados na The Farm, uma comunidade vegana nos EUA, demonstram que as mulheres veganas podem ter uma gravidez saudável, bem como bebés e crianças podem seguir uma dieta isenta de produtos animais com segurança e vantagem.

A mulher grávida não deve comer por dois, mas deve sim comer para os dois, o que em termos de calorias significa pequenos acréscimos diários, ou seja, no primeiro trimestre precisa de mais 100 calorias e nos últimos dois trimestres cerca de 300 calorias extra.

Tal como qualquer grávida, a futura mãe vegetariana deve tomar suplementos de ferro e ácido fólico. Apesar da sua alimentação lhe poder fornecer estes nutrientes em quantidade elevada, nesta fase da vida as necessidades aumentam bastante e não se devem correr riscos. É recomendado um suplemento de ácido fólico de 400 µg e um suplemento de ferro de 30 mg, para todas as grávidas.

Em relação à vitamina B12, as ovo-lacto-vegetarianas obtêm a quantidade necessária ingerindo 3 chávenas de leite de vaca, ou 1 ovo e 2 chávenas. As veganas podem obter vitamina B12 em quantidade suficiente com 1 colher de chá de levedura de cerveja em flocos (de preferência Red Star T-6635+), ou alimentos enriquecidos nessa vitamina. Se não forem consumidos adequadamente alimentos enriquecidos em B12, deve tomar-se um suplemento. O total diário deve ser de aproximadamente 2,2 µg.



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Inserido em: 2002-05-09 Última actualização: 2006-11-11

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