Memorial do Convento, de José Saramago

A construção do convento de Mafra, o espectro da Inquisição, o projecto da passarola voadora do Padre Bartolomeu de Gusmão e um conjunto de outros factos que sucederam durante o reinado de D. João V, dão corpo ao Memorial do Convento. Com as memórias de uma época, é um romance histórico, mas simultaneamente social ao fazer a análise das condições sociais, morais e económicas da corte e do povo. A acção principal é a construção do convento de Mafra. Esta acção resulta da reinvenção da História pela ficção. Situando-se no início do século XVIII, encontra-se um entrelaçamento de dados históricos e os do sofrimento do povo que nele trabalhou.

 

Paralelamente à acção principal, encontra-se uma acção que envolve Baltasar Sete–Sóis e Blimunda Sete-Luas. São estas personagens que estabelecem, muitas vezes, o fio condutor da intriga e que lhe conferem fragmentos de espiritualidade, de ternura, de misticismo e de magia. A centralidade conferida às obras do convento e os espaços sociais de Lisboa ou de Mafra dão frequentemente lugar a uma intriga de profunda humanidade trágica.


Desde o início que Memorial do Convento se apresenta como uma crítica cheia de ironia e sarcasmo à opulência do rei e de alguns nobres por oposição à extrema pobreza do povo. O adultério e a corrupção dos costumes são factores de sátira ao longo da obra.



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Inserido em: 2003-03-19 Última actualização: 2010-06-19

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