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À Mesa

Cedo à sofreguidăo do estômago. É a hora
De comer. Coisa hedionda! Corro. E agora,
Antegozando a ensanguentada presa,
Rodeado pelas moscas repugnantes,
Para comer meus próprios semelhantes
Eis-me sentado à mesa!

Como porçőes de carne morta... Ai! Como
Os que, como eu, tęm carne, com este assomo
Que a espécie humana em comer carne tem!...
Como! E pois que a Razăo me năo reprime,
Possa a terra vingar-se do meu crime
Comendo-me também.

(Augusto dos Anjos)

Copyright Centro Vegetariano. Reprodução permitida desde que indicando o endereço: http://www.centrovegetariano.org/literatura/index.php?print=1&article_id=69

Inserido em: 2002-06-15 Última actualização: 1999-11-29

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