Soneto da Separação

Então do riso fez-se o pranto,
Silencioso e branco como a bruma
E das mãos espalmadas fez-se espanto
E das bocas unidas fez-se espuma.

De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.

De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.

Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.

(Vinícius de Moraes)


Copyright Centro Vegetariano. Reprodução permitida desde que indicando o endereço: http://www.centrovegetariano.org/literatura/Article-252-Soneto-da-Separa--o.html

Inserido em: 2003-07-10 Última actualização: 1999-11-29

Comentar printer     E-mail   Facebook F

Poemas
Temas > Solidão
Temas > Amor



Comentários



Vinicius de Morais revela a sua manera peculiar de tratar esse tema.”SEPARAÇÃO” como um sinonimo de sofrimento as belas palavras transmite o pior dos semtimentos,através do trabalho com a linguagem,o uso de recursos poéticos nos apresenta rima em:pranto/espanto;bruma/espuma.è um soneto decassílabo,o poema apresenta 14 versos agrupados em dois quartetos e dois tercetos.
(Por: wellington1°período Letras)

[Por: @ 2007-12-12, 13:56 | Responder | Imprimir ]